A
frase de que a paciência é o intervalo entre a semente é a flor foi a melhor
definição que encontrei como elemento de definição para esse predicado tão
necessário na vida humana.
Se
a gente fosse resumir a vida como um jogo de paciência, certamente que muita
gente concordaria. Entretanto, temos de convir que não é nada fácil, visto que
diante dos arroubos é extremamente difícil se arredar das contingências. Elas são
cruéis e vêm com intensidade. Assim, em sentido diretamente oposto haver-se-ia
de surgir de forma moderadora a esperada e necessária paciência. Mas, como?
Quando as coisas estão em um clima de ebulição no que diz respeito às eloqüências
do pensamento?
Os
problemas existem e são palpáveis. O difícil é vivê-lo e ter discernimento
suficiente para atravessá-lo com leniência. Pudera eu ser expert no assunto!
Não creio que todos os seres desta terra sejam tão invulneráveis a ponto de
passarem em momento zen por um instante de estremecer as estruturas.
Talvez
sejamos daqueles seres que perdemos fácil a paciência. Acho isso bem humano e
até corriqueiro na vida das pessoas. Afinal, ninguém é obrigado a digerir
problemas e guardá-los no seu interior, na parte em que armazenamos os lixos
existenciais. Esses lugares de indigestão hão de desencadear traumas no ser
humano. Por isso, é conveniente despojá-los de alguma forma.
O
importante é não transgredir a norma de convivência. O respeito antes de tudo.
É uma coisa difícil porque tem uma linha tênue de percepção, já que cada uma
assimila aquilo que lhe é peculiar. Entretanto, há que se ter um mínimo de
percepção para não ultrapassar os limites da tolerância. Cada um tolera aquilo
que lhe cabe como abrangência do seu eu.
Cada
pessoa é uma incógnita sob o ponto de vista externo. Ninguém é capaz de
visualizar com profundidade o ente interior de outrem quando agregado à personalidade
intrínseca. Não temos como enxergar com olhos de lince à mágoa alheia porque
ela é personalíssima. Às vezes, nossas formas de defesa se confundem com a verdadeira
intenção. Acabamos magoando alguém, pelas ações, ou apenas pelas palavras. Basta
dizer algo errado na hora errada que isso se difunde como um cartucho prestes a
ser detonado.
Aí
é hora de se armar com a paciência. Dar tempo ao tempo e esperar que as coisas
sejam depuradas no amanhã.
A
paciência é uma regra essencial de vida, mas, difícil de ser compreendida. A
ebulição dos conflitos é algo detonador sob o ponto de vista emocional. Não há
freio ABS que contenha os impulsos.
Entretanto,
temos de ter consciência que nada é mais eficiente para reprimir uma contenda
do que um desses contendores se armar com boa dose de paciência. Quando os
ânimos estiverem serenados hão de agradecer (ambos os contendores) de ter
havido esse momento de leniência pessoal.
Que
Deus sempre nos proteja nessa hora!