NASCER DE NOVAS ESPERANÇAS.
Quando observamos as luzes irem se
apagando do ano que se foi e quando as luzes se acenderem com mais ardor e mais
intensidade, brilhando nos céus da encruzilhada do novo ano, anunciando uma
nova etapa em nossas vidas, hão de surgir vários tipos de pensamentos. Um deles
é a indagação: O ano que se inicia será
melhor do que aquele que já foi? Evidente que ninguém tem varinha de condão
ou bola de cristal para saber o futuro, embora algumas videntes sempre
conservem na ponta da língua suas profecias sobre tudo que acontecerá no
próximo ano.
Essas indagações nascem dentro de nós
sob um ângulo de expectativa e de anseios que cada um possui como elemento de
nossa vontade de acertar na vida. O que de fato desejamos é filtrar todos os
males e de agora em diante fazer fluir os bons presságios, augurando que nossa
vida seja acolhida com momentos de felicidade e de bem-estar, através de
realizações materiais e espirituais a ponto de nos tornarmos pessoas mais
humanas e mais complacentes com os infortúnios, porque, inevitavelmente, os
espinhos existenciais insistem em trotear ao nosso lado, mesmo que não
queiramos sua companhia. O caminho certo é aquele em que cada um de nós irá
arar nossa terra e plantar amor no nosso coração, visto que com boa dose de
trabalho e de determinação haveremos de conseguir a prosperidade que desejamos.
Em todo caso, no início de um novo
ano todos os holofotes da vida são acesos com grande intensidade, fazendo
ressurgir dentro de nós as luzes da alegria, com a sensação de que poderíamos
reunir todos os seres humanos num único local para agradecer e pedir ao Grande
Criador que nos dê força para alcançar nossos objetivos. Essa reunião global de
energias faz acender a torre universal da esperança, renascendo o amor nos
corações e nesse momento de radiação humana haveria uma explosão de felicidade
como a força de uma bomba que detona e, depois desse estrondo, certamente não
haveria um só ser sob a terra que não ousasse esboçar em seu rosto um aberto e
sincero sorriso de intensa comoção humana, capaz de se elevar pelos mais
recônditos sentimentos de fraternidade.
Na encruzilhada da meia noite, quando
assinalarem nos ponteiros do relógio os primeiros segundos do dia 01 de janeiro
de 2012, todos os cidadãos que povoam a terra irão se olhar no fundo dos olhos,
muitos irão se abraçar com todo fervor, outros irão bem aventurar o nome do
nosso Pai celestial. Haverá ainda aquela
multidão que verá o ano chegar numa região urbana, quando todos irão olhar para
os céus e ver os estalos de luzes fluorescentes que se perfilam nos ares nas
mais diversas formas, com as mais diversas cores e então haverá uma unidade de
pensamentos executando felicidade.
Haverá, também, aqueles que estarão refugiados e abraçados com a
natureza, olhando o luar, em companhia do céu estrelado e na presença dos seus
entes queridos e, nessa sintonia com os astros, haverão de ver as maravilhas ao
seu redor, sentindo um sinal de esperança que se desenhará numa nuvem que se
envergará no horizonte como se desejando compartilhar a festa do sertão. Assim,
o capataz, os peões, os boiadeiros, os lavradores que tanto trabalham sentir-se-ão
abençoados por viverem num cantinho da terra tão especial, pois só eles podem
desfrutá-la no seu dia a dia.
O novo ano chegará para todos, brilhará para todos, porque traz consigo
a fração da esperança e da fé na mistura das emoções, que se congestionarão
pelos barulhos das buzinas dos automóveis, pelos cantos das igrejas, pelos
coros dos jovens faceiros, pelos gritos e euforias incontidas, pelos choros dos
alegres e dos tristes (que lembram quem não está presente), pelos sinos que
anunciam as casas das orações, pelos sambas de enredos que já estão marcando a
presença nas ruas, pelos acordes dos instrumentos que depois da salva da
meia-noite entoam o canto da alegria do “ano que passou”, pelos foguetórios que
soam do Iapoque ao Chuí, pelos gritos de feliz ano novo que retumbam nas
imensidões dos céus do nosso Globo Terrestre e pelas vozes dos poetas que fazem
os versos da paz e do amor incondicional.
Assim, como numa oração, devemos
olhar para os céus e para as estrelas e pedir que o brilho que os astros
transmitem penetrem nos corações do Universo, trazendo mensagem de fé, de
carinho, de solidariedade, de amor fraterno, de esperança, de construção
positiva, de incentivo aos menos favorecidos pela vida, de cura para os
doentes, de aconchego para os desabrigados, de ternura aos corações
endurecidos, de perdão para os rancorosos, de amor para os entristecidos e de
um profundo abraço deste escritor que lhes deseja toda felicidade do mundo.
Neste momento de júbilo, peço a Deus
que esteja sempre presente em nossos lares e que com sua luz infinita nos
irradie com serenidade e paz, para que mesmo nas horas difíceis possamos
alcançar a plenitude de nossa razão, agindo com justiça e com amor, para que
sejamos pessoas amorosas e servis com nosso semelhante.
Agradeço a todos que estão do meu
lado e que me confortam na sua amizade e no seu carinho. Vamos aproveitar esta
luz que estamos produzindo pela lanterna de nossa felicidade e vamos iluminar
para sempre nosso espírito para que tenhamos um ano de glórias pessoais e de
proximidade com Deus.
Termino com o pensamento do
inominável monge Tibetano, Dalai Lama: “Só existem dois dias do ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem
e o outro se chama amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, para
acreditar, para fazer e principalmente, para viver”.