Depois
que São Pedro marcou em sua folinha do
tempo as intensas precipitações pluviais que começaram a cair sobre nosso
Estado a partir da quinta-feira passada e se estendeu até o sábado passado, a Bancada da Bola também deveria preparar
seu calendário com ousadia e com destemor, para poder enfrentar as intempéries.
O
aperitivo desse enfrentamento se iniciou no jogo da quinta-feira, visto que
enfrentamos o AGUÃO em igualdade de condições. Depois de equilibrar as ações
com um adversário aquático, não seria difícil enfrentar as demais condições do
tempo.
Foi
nesse clima de vamos ver no que dá,
que saímos de Campo Grande rumo ao Pequi; uma pousada de pescadores nas
cercanias do rio aquidauana.
Com um
contingente de 20 pessoas (barco 1:
Alcírio, Hélio, Fabrício e Bossay – barco 2: Fabão, Marcos Motta,
Fabrinho e Rafael – barco 3: Dorna, Edson, Augusto e Gabriel (filho
Flávio) – barco 4: Tucho, Diego, Luiz Carlos e Flávio – barco 5 –
Aldo, Luciano e o seresteiro de Três Lagoas) e mais o Alexandre (Cabeça) - que
iria ficar no rancho para preparar o menu - desembarcamos na pousada. Todos os
componentes dos barcos em questão foram enfrentar as águas revoltas que
insistiam em transportar as galhadas que o rio lambeu de suas margens.
Enquanto
a chuva não vinha era hora de preparar os barcos com todos os equipamentos que
compõe o acessório de um bom pescador. Enquanto aqui, rente ao solo, as equipes
se esforçavam para colocar tudo no lugar, lá, no horizonte azul, as cores cinza
se estendiam para anunciar que São Pedro ainda não tinha esgotado seu ímpeto
pluvial.
A
maioria dos presentes estava munida de apetrechos necessários para evitar o
pior. Entretanto o anúncio de São Pedro foi maior do que a munição que ele tinha às mãos. A chuva, quando veio, foi lenta e
desacompanhada do frio que algumas agências de informações climáticas tinham
anunciado.
Para
variar, no primeiro dia, quem sustentou a rodada de peixe frito e caldinho de
peixe foi o barco 1, capitaneado
pelo experiente Alcirio Glagau. Ele conhece as curvas do rio. Levou-nos para a
boca dos peixes. Ficou fácil, porque era só molhar a minhoca que o cardume ia
sendo fisgado, para a glória da melhor equipe do certame.
Quando
todos viram que o páreo era difícil (para os outros barcos); foi que apareceu alguém
salvador da pátria, que veio solicitar
que não fizéssemos nenhum desafio, já que o mau tempo não estava permitindo uma
competição igualitária. Como nosso barco estava ciente do seu alto grau de
competitividade aceitamos a proposta de neutralidade na disputa. Entretanto,
fomos dormir com a consciência tranqüila (do dever cumprido), já que, naquela
noite, foi o barco 1 (confira os componentes acima) que serviu o jantar à base,
exclusiva, de peixe.
Na
noite de sábado, depois que todos reconheceram a superioridade do barco 1,
todos relaxaram ao lado da fogueira acesa por Alexandre (com o fim de evitar o
ataque dos mosquitos). Era hora de apreciar e partilhar a boa música
patrocinada pelo músico profissional Augusto e pelo talentoso Fabrício (prata
da casa). A cantoria se estendeu noite a fora. Lá pelas tantas, alguns
pescadores das redondezas, atraídos pela beleza da voz dos nossos artistas se
aproximaram para curtir as músicas sertanejas tocadas com violão e viola. Os
visitantes diziam-se intrusos, mas, pediram permissão para partilhar da nossa
alegria.
Nesse mesmo contexto da muvuca, aproveitamos para abraçar o aniversariante do mês, o prestigioso amigo Alexandre (Cabeça), a quem entregamos uma camiseta de seu time do coração - O SANTOS. Ele ficou muito feliz com a homenagem.
Depois
disso, o DORNA (zorba tripolar), insistia
em arruaçar o pernoite da moçada. O dito mosquito
da noite zunia como pernilongo no ouvido daqueles que queriam descansar
para ter energia para o dia seguinte. O mosquitinho
de plantão perturbava a todos, inclusive com ameaças veladas à válvula do
colchão inflável do Fabinho. Dito pernilongo
sem asas aproveitava as serenatas esporádicas dos músicos (bêbados de
plantão), para continuar a sua peregrinação pelos ouvidos daqueles que queriam
descansar. Durante o dia, nosso amigo em destaque, continuava seus zunidos insetos-picantes,
visto que atravessa seu barco sob as linhas dos companheiros pescadores.
No
outro dia, depois de voltamos de uma árdua
tarefa pesqueira deparei com algo inusitado. Eis que, sobre a mesa, havia uma
toalha muito suspeita. Tratava-se de um tecido pouco usual num contingente só
de pessoas do sexo masculino. A perplexidade recaia sobre a cor do tecido e
pela estampa exibida na peça. Não é normal que alguém do sexo masculino use a
cor rosa. Nem usual a estampa em forma de uma flor, desenhada com a
sensualidade feminina. Fiquei intrigado com aquilo, mas, esperei que todos
voltassem para saber de quem era aquela toalha. Espantei-me, mais ainda, quando
soube que a tolha era do Rafael Vieira (filho de Marcos Motta). Sei que o
menino é espada. Um garanhão lá pros lado do seu bairro. Daí a maior dose de
perplexidade. Sorte que ele se apressou em fazer as explicações que o caso
requeria. Sucede que, na pressa e na escuridão da madrugada, acabou confundindo
a tolha azul com emblema do São Paulo, com a toalha particular de sua mãe.
Enfim,
depois de tanta presepada era hora de retornar. Afinal, o estoque de loiras geladas
já havia pedido arrego.
Trouxemos
na bagagem alguns exemplares de peixes que deverão servir ao menu da próxima
quinta-feira,na Arena do Sindijus.
Mantivemos
a tradição de que, mesmo ante as adversidades, nós, da Bancada da Bola saímos vencedores, ou aprendemos algo a mais, para
que em outros eventos não sejamos surpreendidos pela qualidade do adversário.