A vida ativa exige de nós (pessoas batalhadoras) a atenção, a vibração, a vontade, o planejamento e doses de otimismo, para que possamos enfrentar as dificuldades que vão surgir no decorrer da caminhada. Isso é o que se espera de quem pretende tornar eficiente a tarefa a ser realizada. O sucesso é consequência disso. Alcançar a glória no que se realiza é também construir nossa felicidade.
Entretanto, ir atrás de nossas metas, não significa, necessariamente, que haja enriquecimento material, ou que o trabalho tenha se transformado em esplendor. O que importa, no final, é que a obra individual tenha sido concretizada e o resultado tenha sido obtido com satisfação, sem melindres e sem subterfúgios escusos. Esse contexto irá permitir que o autor da obra sinta-se realizado e feliz, porque terminou algo dentro de sua própria expectativa de sucesso. Nesse caso o importante é o nosso interior e não aquilo que a obra possa alcançar no contexto externo. A contemplação de quem vê algo pelo lado de fora pode não ser a mesma de quem vê pelo lado do coração.
Não devemos olvidar que temos um organismo a ser respeitado. Nosso corpo é comparado com o dia e com a noite. Um é ativo e eficiente como execução; o outro é opaco, reticente, silencioso e sereno. Nosso coração pode bater em compasso de atleta durante o dia, mas chegou ao escurecer, deve reduzir seus pulsares para que haja uma harmonia entre o corpo e alma. Qualquer desequilíbrio sintomático que se prolongue por determinado tempo irá desencadear reações no organismo, que num primeiro momento pode causar distúrbios e depois (se não tratado) rumará para doenças muitas vezes até incuráveis.
Nesse compasso entre vida a ativa e vida taciturna (através do sono) iremos observar um fenômeno de aceleração e desaceleração que lembra muito uma corrida de Fórmula 1. Nessa competição os pilotos são obrigados e trilhar determinada pista cheia de curvas, de subidas e descidas. Esse trajeto influenciará significativamente na resistência do motor. Assim, o equilíbrio e a estabilidade no percurso dependerão de todos os aparatos de engenharia que movem a aerodinâmica do veículo. Assim é nosso corpo. Ele oscila entre altas acelerações e que muitas vezes, quando tem de desacelerar, seu piloto continua a 'enfiar o pé no acelerador' mesmo sabendo que seu motor não comporta tamanha exigência de força.
Todas essas questões, quando cotejadas com o nosso corpo e nossa alma, irão dimensionar como são nossos comportamentos perante a vida e de que de forma indireta irão influenciar em nossa saúde pessoal.
Considero que a felicidade se funde no combustível e na aerodinâmica de nossa ‘máquina’. Esses dois ingredientes quando são mecanizados demonstram que o primeiro demonstra a fadiga quando o tanque vai secando, conquanto o segundo é o ajuste e o planejamento para que o carro não rodopie ou tombe nos momentos de alta aceleração.
Destarte, cabe a cada ser humano abastecer seu 'tanque' de acordo com o trajeto que irá desenvolver na competição diária e ao mesmo tempo saber que precisa de estabilidade emocional para não cair nas curvas da vida.
Como estou saindo da ativa posso dar conselho aos que vão ficar. Se tiver alguém que possa me dar conselho para quem já desacelorou estou à disposição.
Escrevi esse texto há um bom tempo. Acho o texto bom para quem tem o costume dos exageros. Que só pensa em trabalho. Que não dorme direito pensando na sua tarefa de amanhã. Que só pensa em realizar algo para ganhar dinheiro. O triunfo de um bom trabalho é apenas a consequência de algo bem feito. O importante, antes do sucesso, é que ao concluirmos a obra estejamos satisfeitos em nosso interior.
Comentários (1)
Enviado por: k10, em: 22/05/2014 18:00
Bela texto Machadinho, depois de cumprir uma etapa da vida logo vem as outras, agora é curtir, descansar, pescar, cuidar do neto...