Não sei o
porquê, mas a maioria das pessoas (patrões ou autoridades) não gosta de elogiar. Mesmo que a pessoa
queira fazer isso, às vezes, a timidez ou o medo de se expor impedem que o
elogio venha à tona. Alguns confundem
elogio com o chamado ‘puxa-saco’ e isso acaba selando a oportunidade de se
fazer um bom elogio. Acho que essa barreira vem associada ao fato de haver
entre nós o sentido obrigatório de se fazer o bem, ou de desempenhar as funções
dentro do aspecto de expectativa de quem muito espera de nós. Fazendo-se o
certo, tudo bem; pois é a nossa obrigação e ponto final.
O curioso
desse freio é que os erros não sofrem o mesmo ímpeto. Os erros tendem a ser
revelados com maior freqüência. Essa tendência não se traduz na melhor forma de
convivência. O correto seria que as pessoas tivessem vocação para o elogio e se
calassem no momento de enxergar os erros, já que eles devem ser considerados
uma exceção.
Por essas e
outras é que tenho me empenhado junto aos colegas que convivo em fazer mais
elogios de que críticas. Aliás, esse comportamento deveria ser o cerne das
relações interpessoais.
Estou fazendo
estas revelações (de cunho filosófico) porque recebi hoje do Vice-Presidente do
Tribunal de Justiça, assinado pelo
Desembargador João Batista da Costa Marques (juntamente com um presente
material) um ofício daquela autoridade que, na condição de Vice-Presidente
daquele Sodalício expressou sua satisfação pelo meu trabalho desenvolvido junto
àquele Órgão. Para mim uma raridade, já que trabalhei muitos anos naquela Corte
de Justiça e, raras vezes recebi um elogio tão sincero.
SEGUE O
TEXTO:
“Senhor Hélio,
Sirvo-me do presente para cumprimentá-lo
em razão da sua aposentadoria no último
dia 11, ocasião revestida de um caráter especial por se tratar não apenas de
uma despedida rotineira de um Servidor, mas da despedida de um profissional que
passou mais de 35 anos de sua vida se dedicando diuturnamente ao Poder
Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Durante o período de sua atuação
junto a este magistrado, nossa senhoria sempre demonstrou zelo e eficiência no
exercício desse encargo, tendo mantido excelente relacionamento com os demais
serventuários lotados neste Gabinete, sempre orientando e dando apoio aos
recém-chegados e participando ativamente das atividades judicantes inerentes a
esta Vice-Presidência.
Aproveito para agradecer os
relevantes serviços prestados ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e
desejar-lhe os sinceros e melhores votos de continuado sucesso e muitas
felicidades, extensivos aos seus digníssimos familiares. Siga feliz e mantenha
o rumo constante nessa nova etapa de sua vida!
a)
Des.
João Batista da Costa Marques
Vice-Presidente”.
Comentários (1)
Enviado por: Hélio, em: 17/06/2014 09:47
A introdução acima é dirigidas, especificamente, aos patrões e autoridades porque são eles que, às vezes, dedicamo-nos uma vida a servi-los e sentimos a falta de um elogio, afinal, quem trabalha honestamente e se dedica a uma função por longos anos adquire relação de confiança que merece ser traduzida em agradecimentos...