Estamos na última semana de 2015. Não
podemos dizer que foi um ano bom. Aqui no Brasil as coisas andaram de mal a
pior. Não por culpa direta dos brasileiros. A maioria da população enfrentou os
obstáculos que eram possíveis e se virou como pôde. Já os nossos Governantes é
que não conduziram à altura os cargos políticos que se propuseram a honrar. Não
me refiro apenas ao Governo. Não refiro apenas ao PT. Reporto-me à classe
política em geral. São os políticos que enlamearam o país. São eles, na sua
maioria absoluta que apodreceram nossa confiança em um país promissor no
futuro.
Não é hora de lamento! Nem é hora de tomar
partido deste ou daquele. Nós, como povo, temos de ser otimistas e levantarmos
a Bandeira da honradez e da lealdade no trato da coisa pública. Quem não
estiver dentro desse perfil não serve para ser nosso representante, seja o
partido que for.
Há aqueles que criticam o Governo. Há
aqueles que se rebelam contra uma parcela de políticos, mas não apresentam
solução compatível com o próprio discurso, por ser visível que querem é trocar
de Poder ou trocar de partido no Poder. Isso a meu ver não é a solução. A
resolução do problema para o Brasil não vem de discursos incoerentes que se enraízam
em siglas de maior simpatia. Isso se traduz em medida paliativa.
A verdadeira mácula de nossos problemas
vem da concepção errada de se fazer política. Tudo começa na hora de se eleger.
O candidato investe, com recursos próprios ou de terceiros na sua eleição.
Gasta horrores comprando votos. A população se vende. O sujeito se elege. Só
que depois de alcançado o Poder, tem de recuperar os recursos que investiu. Daí
sobra muito pouco para oferecer como alguém representante do povo.
É isso que tem de acabar. O sistema
eleitoral, no que diz a respeito ao Poder Judiciário, tem evoluído e trazido
benefícios, especialmente no contexto da fiscalização operada antes, durante e
depois. Acabaram os comícios musicais. Reduziu-se as formas de propaganda. Há
fiscalização rígida no dia das eleições. Mas, é muito pouco.
Temos de investir em educação eleitoral.
Quando o político começar a perceber que o eleitor não quer mais vender o voto
ele próprio irá prometer coisas mais palpáveis e terá de cumpri-las, sob pena
de ter um mandato curto. O povo tem de entender que política é uma coisa tão
importante para si, como para os outros. É algo grandioso em termos de evolução
de um país, como Nação.
Não é admissível que as várias tendências
culturais de nosso país sejam movidas por paixões político partidárias. Os
partidos têm boa contribuição para a democracia. Mas, não como deviam. As
agremiações políticas não têm agido em nome de seus agregados como um todo. Tem
agido, sim, em nome daqueles que são os dominantes, por terem um poder de
comando mais eficiente dentro da agremiação. São esses que se elegem. São esses
que comandam. Isso é perigoso!
Enfim. Acho que a maioria do povo quer
mesmo é acabar com a corrupção. É possível? Sim. Claro que é possível! Mas,
como? Fácil. Só cada um de nós começar a enxergar as coisas com uma visão mais
abrangente e deixarmos de olhar para o próprio umbigo. Para que isso aconteça
temos de ficar atentos na atuação dos políticos e de todos aqueles que têm
poder administrativo sobre a coisa pública.
A coisa começa a ficar complicada quando
percebemos que não são apenas os que estão lá em cima que estão querendo ‘se
dar bem’. O povo também tem sua parcela de contribuição com a cultura do ‘se
dar bem’. De nada adianta falar dos políticos desonestos e puxar em casa as
imagens da Net, via aparelhos piratas comprados no Paraguai. Temos de começar
as correções dentro de casa. Do contrário, nunca teremos moral para reivindicar
moralismo de terceiros.