O
que é o auge? Está aí uma pergunta que pode receber uma resposta bem relativa.
O auge para uns pode não ser o auge para outros. Cada pessoa tem um sentimento
bem exclusivo e até extravagante, dependendo de onde a pessoa vem, qual a
qualidades de seus sonhos, ou então, qual são os anseios de conquistas.
Estou
rabiscando estas linhas porque vi um vídeo hoje que me surpreendeu. As pessoas
sempre nos surpreendem. Quando tudo é espontâneo e inesperado a gente curte
como se fosse um sorriso franco.
Quem
deixou de ver aquela velhinha (negra) de 106 anos chegar à Casa Branca e ser
apresentada para Obama e sua esposa Michele? Pra mim foi o máximo!
Não
entendo bem o inglês, mas dava pra sentir que ela, na sua euforia de uma
senhora simples, não se cansava de fazer ênfase ao fato de um negro estar no
auge do comando na Nação americana.
Ela
exibiu um sorriso espichado. Abriu um semblante de alegria desmedido. Chegava
até a falar com voz febril e no estilo tão ácido que pareciam gritos de
felicidade.
Também
pudera! Uma senhora naquela idade deve ter passado por muita coisa na sua vida,
já que pela longevidade ela vem de tempos austeros no que tange às questões
racistas que imperavam com grande intensidade nos Estados Unidos.
Para
ela (comparando a outros americanos) aquele encontro não só significava sua
liberdade total como também o marco de tempos sombrios com tempos atuais em
face da boa convivência entre brancos e negros.
Com
certeza, lá no fundo de sua lucidez ela deve ter tido uma vida muito mais de
descrença nessa hipótese de um Presidente negro do que a realidade inconteste
colocada em frente aos seus olhos no momento daquele encontro.
Ela
sabe que está bem perto de partir para outra dimensão. Esse encontro deve ter
sido aquele suspiro de alívio. Aquela sensação de desafogo. Aquela convulsão de
pensamentos desordenados causados pelo frisson do encontro. Aí ela desabou no
embalo do momento e deu adeus aos protocolos reservados a tais acontecimentos.