Esse campeonato realmente foi uma grata surpresa. No geral
as equipes ficaram bem equilibradas e os Representantes (técnicos) tiveram que
trabalhar para poder chegar com um elenco inteiro no final da competição. Sucede que a pandemia fez estragos também em
nosso meio esportivo. Atletas que com a paralisação de quase dois anos voltaram
muito abaixo de suas reais condições físicas apresentadas antes de o convid-19
estar entre nós. Contusões sérias durante a competição e a necessidade de
substituições dos atletas movimentaram o poder de decisão dos Representantes. O
Regulamento foi mais consultado do que nunca. Jamais teve uma competição onde
se invocou tanto a regra do jogo.
Diante de tantas oscilações que moveram a logística do
certame veio a Bolívia. Um time sem elenco no começo da competição. Muitos
reclamavam que era o time de maior média idade. De fato, era, mas, hoje depois
de a Bolívia ser campeã temos a certeza de que prevaleceu a experiência de seus
jogadores. A bola circulou pelo gramado com maior eficiência. Seus atletas utilizaram o chamado ‘atalho’
para se chegar ao gol. Aos pouco o time da Bolívia foi se encorpando e tomando
espaço para criar boas condições de chegar à final com um time experimentado e
com gabarito para ser campeão.
A Bolívia veio de mansinho. Quando menos se esperava lá
estava ela classificada para a semifinal na última classificação só com 9
pontos enquanto outras somaram 12 pontos. A Bolívia foi se reinventando tanto
dentro de campo como fora dele. Seu Representante Aurivaldo foi o mais cri-cri
lá no Conselho. De um dia para o outro lá vinha ele querendo substituir jogado.
Assim, foi, até que conseguiu inverter a tradição de não se substituir jogador
na semifinal. Muito natural que houvesse esse ensejo de se fazer mudanças no
elenco em face do momento que atravessamos e que afetou na vida de todo mundo.
Enfim, hoje, dia 11.12.2021 a Bolívia foi para campo para enfrentar
uma equipe que foi muito melhor na fase classificatória. A equipe paraguaia durante
a competição teve seus altos e baixos. Oscilou em algum momento, mas se
reergueu para vencer partidas e chegar à final com méritos. Só que final é
final. Não tem sopa para ninguém. Os atletas entraram em campo para dar tudo o
que tem de esforço físico. Só que hoje a equipe paraguaia não foi a mesma.
A Bolívia soube conduzir o jogo. Seus jogadores tinham consciência de que iam
superar o adversário (mais intenso fisicamente) na evolução de seu esquema
tático que foi consubstanciado na posse da bola e na eficiência dos passes.
Nesse quesito a Bolívia envolveu a equipe Paraguaia que não achava a bola. A
equipe Paraguai visivelmente nervosa por estar sem a bola, tentava
sobrecarregar a meia cancha, mas, encontrou marcadores fiéis. Não conseguiam
chegar ao ataque. Já a Bolívia a todo momento causava perigo para o adversário.
O goleio Amarildo do Paraguai não conseguiu bloquear uma cabeçada do Atila que
foi de encontro à trave. A bola voltou aos pés do centroavante Ezequias que só
concluiu de frente para o gol. Daí para frente só deu Bolívia. Aos poucos foi
abrindo o placar e chegou ao seu terceiro gol sem sofrer qualquer perigo por
parte do ataque adversário. Final: 3 x 0 Bolívia.
Parabéns à grande Campeã. O ano foi atípico. O resultado do
campeonato não tão atípico porque nesse aspecto só os prognósticos de
arquibancada falharam. Dentro de campo a Bolívia mostrou-se vencedora e
reforçou a ideia de que a nossa competição tem o seu charme justamente nisso,
ou seja, a capacidade de as equipes se superarem e evoluírem dentro da
competição para chegar forte nas partidas finais. Essa foi a equipe da Bolívia,
um time que ninguém acreditava, mas que merece o nosso aplauso porque ela
(Bolivia e seus atletas) acreditaram que eram capazes de chegar a essa proeza
de ser a primeira campeã depois desse flagelo da pandemia.
Como cronista só registro o desastre da disputa do terceiro
lugar. A falta de compromisso e de responsabilidade de alguns atletas deixam
uma pergunta no ar: O nosso campeonato é só para ter um campeão? Sim, porque
nos parece que a palavra integração, respeito, gratidão por quem trabalha no
evento é algo a ser descartável e até bom para ‘jogar fora’. Temos que parar
com essa cultura a meu ver errônea de ‘abandonar o barco’ quando começa a
afundar deixando poucos remadores para, talvez, chegarem vivos em lugar seguro.
Para mim é vexatório observar as equipes incompletas nessa disputa. Acabar com
ela? Não. É só rever o critério de punição. Quem faz uma vez, vai fazer outras
vezes. Logo, acho que a competição não precisa desses atletas.
Enfim, chegamos ao fim de mais essa etapa. O ano também se
encerra com uma assertiva alvissareira pois estamos vivos, graças a Deus! Além
de estarmos vivos ainda podemos correr e participar desta competição tão
tradicional e que faz tão bem a todos nós. Agora é esperar que o ano de 2022 se
inicie e nos traga, entre os acertos e os erros, mais uma competição tão emocionante
como foi esta de 2021.