Hoje em uma conversa franca com os representantes de equipes
que jogaram neste final de semana eles desabafaram afirmando o quão é cheio de
desafios essa função.
De fato. Disse a eles que sou veterano na função, mas, o que
posso afiançar é que a cada ano é um desafio diferente.
A variedade dos atletas, as particularidades de cada um, a questão
casual do sorteio, as incidências de jogo, os nervos à flor da pele, as formas
de armar as equipes para tentar superar determinado time e seus pontos fortes,
tem sido o ‘quebra cabeça’. Não bastasse
isso, surgem questões pontuais, como atleta importante machucado, às vezes
ausências não esperadas, fazem com que os times, por mais fortes que sejam
acabem sucumbindo em razão dessas circunstâncias.
Jocemiro (do Mancheste City) lamentou o desfalque da sua equipe neste final
de semana. Disse ele – É um grande desafio a representação de
equipe. Temos que administrar, além da parte tática, questões de lesões, mas
acima de tudo a gestão de relacionamentos na equipe.
Alberto (do Barcelona) expressou-se no sentido de que o
técnico as vezes fica pressionado porque almeja um rendimento em face do
projeto de jogo e acaba não acontecendo. Disse ele: - Nós
que somos representantes do time temos conhecimento em relação aos posicionamentos dos atletas e
queremos que atendam nossos comandos, para o melhor da equipe...Não é fácil ser
representante de equipe principalmente se termos atletas que não conseguem
entender nosso modo de montar o time e
acabam não fazendo aquilo que foi combinado. Alberto desabafou:
...tem hora que dá vontade de largar tudo...
Eu aproveitei o ensejo para dizer o seguinte: - As
vezes fico pensando se essas pessoas que jogam no time se eles conseguem
enxergar o sacrifício que é a gente conduzir um grupo com qualidades
diferentes. Não é fácil unir o mais idoso, o mais gordinho, o filiado, o
convidado e ainda ter que ter resultado. Acho o nosso trabalho de grande valia
para a competição porque temos que ter altivez tanto na hora de ganhar como na
hora de perder.
Jocemiro alega, também, sobre as questões de relacionamentos
dentro de campo, visto que o calor do jogo, às vezes, leva a pequenos incidentes
que o representante também tem de interferir através de mediação ou algo do
gênero. Disse ele - Além das questões
futebolísticas ...temos aqui uma excelente oportunidade de fazer novos amigos.
Mas no ‘calor das emoções’ quase sempre a razão fica para depois.
Conversei com os ilustres Representante de Equipes que a
gente podia fazer uma matéria sobre o nosso trabalho, para que toda a
comunidade esportiva de nossa Arena Sindijus, tenha ciência das dificuldades
que os Representantes enfrentam durante o certame.
Eu mesmo, deixo de jogar para dar a vaga para um
companheiro. Não faço só por solidariedade, é claro, mas, porque já estou meio
que aposentado. Até porque quando entro não consigo render, porque a atribuição
(de ser técnico) deixa-me bem nervoso. Mas, tem os que ainda estão bem mais
novos e ainda podem ajudar o time dentro de campo. Estes têm de aprender a equilibrar essas duas
responsabilidades. Não é fácil!
Fora todas essas dificuldades ainda há o fator psicológico
de perder um jogo. Sábado passado meu time, não tendo banco, ocasionou os
desgastes de quem estava em campo e mesmo estando com um placar favorável (3 x
1) acabou cedendo o empate e perdendo o jogo. Nesse sábado (na hora de dormir)
eu acordava lembrando dos 3 gols que o adversário fez quando faltava só 10 minutos
para o tempo acabar.
Nossa responsabilidade é bem maior do que se pensa.
Assim, pedimos aos atletas que entendam a situação dos
Representantes e os ajudem nas decisões e até no projeto de jogo para que, caso
haja uma derrota, os representantes possam se sentir com o dever cumprido, para
não ficar a sensação de que ficou devendo algo para a sua equipe. E caso haja
uma vitória (mesmo Representante não
entrando em campo) ele possa também se sentir responsável pelo sucesso.
Essas pessoas voluntárias que se prestam a esse mister têm
de ser mais valorizadas porque prestam serviço relevante ao certame. O dia que
essas pessoas abdicarem de fazer essa função o campeonato ficará inviável. ‘
Fica a dica!