UM TRIO DE RESPEITO
(Hélio da
Rosa Machado)
Falar de
pessoas simples, mas ao mesmo tempo tão importantes, é coisa que qualquer
escritor pode fazer desde que se sinta à vontade para dizer coisas verdadeiras
que são construídas e partilhadas num grupo como o nosso. Assim, sinto-me
prestigiado e orgulhoso de falar desse trio de respeito. Refiro-me aos eternos
titulares do time da “Bancada da Bola”, que são: Fábio, Fabrício e Marcos Motta.
Marcamos
mais este compromisso informal, sem hora pra acabar, para jogarmos conversa
fora e prestigiar o aconchego de mais um lar, desta feita, o recôndito familiar
onde o ‘Fabanhas’ descansa e se recupera para mais uma jornada. Por isso, agradecemos ao Fábio e à Vanusa por
nos receberem tão bem, afinal, sempre tivemos a certeza que quando isso
acontecesse levaríamos conosco a lembrança de momentos muito agradáveis.
Não
estamos falando de nenhum astro. Evidente que tanto Fabrício, como o Fábio e,
como Marcos Motta; não são conhecidos pela mídia em geral e nem representam uma
arte que possa torná-los uma celebridade ou um astro. São, sim, pessoas entre
nós que merecem nossa admiração e que em nosso contexto podem ser chamados de
astros, porque brilham como os corpos celestes, quando aparecem numa
constelação. São assim denominados, porque foram aos poucos nos mostrando que
merecem nossa consideração e nosso respeito, já que possuem luz própria e
brilham nas coisas que fazem.
Estão
aqui conosco aqueles que se sente à vontade para dar um abraço ou para proferir
um elogio, coisa um pouco rara nestes tempos modernos. Estes três companheiros da bola, que hoje são
homenageados, merecem nosso respeito porque, junto conosco, construíram em
nossos corações as jogadas fenomenais chamadas caráter e honra. São pessoas que
se somam; que se agregam e que tornam o grupo maior do que já é. Cada um com a
sua individualidade; é verdade, mas nem por isso deixam de dar sua contribuição
para que a cada passo pudéssemos ir construindo um alicerce inabalável no que
diz respeito à harmonia do nosso grupo.
O Fábio,
amigavelmente chamado entre nós de “Fabanhas”, encarna aquela figura expressiva
do futebol, porque representa o gol. É verdade que sua luz está um pouco
apagada e que, como qualquer um de nós, com o passar dos tempos tem perdido sua
vivacidade e sua presteza na hora da conclusão. Isso não impede de continuar
sendo um dos maiores artilheiros que passou aqui pela “Bancada da Bola”. Podem se passar muitos anos ainda, mas sua chuteira
continuará sendo conhecida como aquela que representou nossas vitórias. Passa por uma fase difícil, mas, em breve,
junto aos veteranos, temos certeza que continuará a ser nosso ponto de
equilíbrio nos resultados positivos.
O
Fabrício, amigavelmente chamado entre nós de “Fabricê”, “Fio Dental” e outros
apelidos que se perderam com o tempo, encarna aquele figura de equilíbrio,
sempre ponderado e um bom jogador que conquistou seu espaço por sua
competência, embora muitos “corneteiros” digam que se não tocasse violão tinha
tido vida curta na “Bancada da Bola”. São só intrigas bem humorada, já que
nosso amigo homenageado tem demonstrado com o tempo que é uma pessoa prendada,
não apenas no que diz respeito ao seu talento com o violão e com a voz, já que
como jogador tem nossa admiração. Tem
sido o norte da existência da “Turma do Barulho” (grupo musical), por ser uma
pessoa sempre disponível quando fazemos nossas comemorações, nunca se recusando
a ir prestar seu talento musical.
O Marcos
Motta, pela imagem séria que repassa ainda não foi brindado com nenhum apelido
hilário. Preferimos chamá-lo
amigavelmente de “Marcão”, pela sua austeridade e pela forma altiva em que
defende suas idéias. É um zagueirão que foi titular do time da “Bancada” desde
que surgiu pela primeira vez em nosso gramado verde. Conquistou esse espaço
pela sua combatividade dentro de campo. Às vezes, até arrisca jogar no ataque,
fez alguns gols, mas, sua melhor característica é ‘roubar as bolas do
adversário’. É um ‘xerifão’ ali na zaga central, além de ter boa mão para a
culinária e, por vezes, tem emprestado esse seu dom, principalmente nas épocas
em que estendíamos as horas degustando um bom tira gosto.
Quero
pedir emprestado à Clarice Lispector, escritora brasileira, mas, de origem Ucraniana,
a seguinte frase: “Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito”. É
incrível como essa frase se junta à “Bancada da Bola”, visto que em momentos de
homenagens como este, onde refletimos nosso histórico de afinidades, sempre
estamos falando de pessoas de boa índole que se juntaram em busca daquilo que
nos leva à felicidade, que é jogar uma bolinha, curtir uma reunião informal
como esta, partilhando de nossas alegrias, para, quando estivermos em nossa
labuta não sermos abatidos pela tristeza.
Nós
precisamos de momentos como este, enquanto temos saúde e enquanto podemos
exercitar nosso lado social, já que o futuro é incerto e não nos pertence. Luiz
Fernando Veríssimo, escritor brasileiro contemporâneo, disse uma frase
interessante: “Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda as
perguntas”. Isso demonstra que estamos no caminho certo, curtindo com
os amigos os momentos bons que temos à nossa disposição, enquanto a vida nos dá
as respostas.