Como este site também é cultura, na falta de matéria jornalística envolvendo nossas atividades sociais e esportivas, sinto-me lisonjeado em poder mostrar a todos, um pequenino pássaro que ouvimos quase todo dia, mas, dificilmente o enxergamos, porque sua presença é sentida pelo seu canto lúdico, que diverte alguns, mas, chateia outros em face ao horário, visto que seu cântico compete com os galos da madrugada.
O pássaro que me refiro é o Sabiá-Laranjeira.
Fiz uma poesia em homenagem a esse bichinho tão lindo e sensível e gostaria que todos a apreciassem. Depois dos versos trago um apanhado de suas características...
SABIÁ-LARANJEIRA.
Ouvi teu canto trigueiro.
Que embalou meu sono.
Na madrugada afora.
Não, porque dormia.
Nem, porque te via.
Mas, porque te ouvia.
Era um chamado sutil.
Ao mesmo tempo viril.
Clamando por sua amada.
Que desapareceu na madrugada.
Ouvi o tom que chamava:
Onde construiu seu ninho?
Terno passarinho!
E, continuava, chorando:
Será que se escondes de mim?
Que fiz eu pra sumir assim?
Eu você quer meu fim?
Volta minha donzela.
Vem pra perto.
Ouvir meu canto.
Quero você aqui agora.
Pra orquestrar minha seresta.
Vem alegrar minha festa.
Pra acordar mais gente.
Neste descerrar da noite.
Saudando o novo dia.
Aumentando minha alegria.
Ave símbolo do Brasil, o sabiá-laranjeira, também conhecido como sabiá-amarelo, sabiá-vermelho ou de peito-roxo é uma ave popular, citada por diversos poetas como o pássaro que canta na estação do amor ou seja, a primavera. Foi imortalizado na “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, juntou-se oficialmente aos outros quatro símbolos nacionais – a bandeira, o hino, o brasão de armas e o selo, tendo a mesma importância deles na representação do Brasil em 3 de outubro de 2002, por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o ornitólogo Johan Dalgas Frisch (mentor do decreto de 3 de outubro), são 12 as espécies de sabiás no Brasil, sendo que o pássaro assume outras denominações em regiões diferentes. Assim, ele tanto pode ser caraxué (AM), sabiá-coca (BA), sabiá-laranja (RS) e ainda sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-ponga e sabiá-piranga em lugares diferentes.
No Brasil podem ser encontradas outras espécies de sabiá, tais como: sabiá-una, sabiá-barranco, sabiá-poca, sabiá-coleira, sabiá-do-banhado, sabiá-da-praia, sabiá-gongá, sabiá-do-campo entre outros. Embora, estas últimas quatro espécies não pertençam ao gênero Turdus e consequentemente a família Turdidae.
Mede 25 centímetros de comprimento e pesa, o macho 68 gramas, a fêmea: 78 gramas. Tem plumagem parda, com exceção da região do ventre, destacada pela cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjada, e bico amarelo-escuro. Não há dimorfismo sexual, pois, ambos são iguais.
É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa frequência bem menor que o macho.
O canto do sabiá-larajeira é parcialmente aprendido, havendo linhagens geográficas de tipos de canto, e se a ave conviver desde pequena com outras espécies, pode ser influenciada pelo canto delas e passar a ter um canto “impuro
Comentários (2)
Enviado por: Guima, em: 22/11/2011 16:09
Parabéns pelo poema e informações gerais sobre o sabiá, essa ave tão festiva que canta no descortinar do amanhecer!
Enviado por: Alziro, em: 25/11/2011 09:44
Linda poesia! Aqui no meu barraco há muitos sabiás e eu tenho, entre um tereré (ou chimarrão) e outro, observado o comportamento desse pássaro. Eles são muitos mansos. Você acredita que eles vem comer a ração dos cachorros e ainda tomam banho na tijela de água dos cachorros, mas eu ensinei os cães a não brigarem com os sabiás. É um pássaro muito dócil. Inclusive, aqui tinha um sabiá que adotou um filhote de chopim e dava comidinha na boca para o bichinho. O danado é realmente o primeiro a cantar na madrugada. Ah... e tem mais: eles são excelentes caçadores de minhocas. Poderiam ser treinados para "trabalhar" para os pirangueiros do Pequi. rsrsrsrsrs