Quem de nós não se lembra, de vez em quando, da nossa infância e dos locais que moramos quando éramos crianças. Essas lembranças vem coroadas de emoções, visto que a algumas décadas atrás o mundo ainda não gozava das facilidades do mundo moderno, com internet, globalização e eletrônicos, por isso nossas brincadeiras e nossas dificuldades eram mais latentes, porque necessitávamos de criatividade para poder aproveitar nossos momentos de molecagens.
Como nosso site também é cultura e, aproveitando que nossos assuntos internos estão na encruzilhada dos festejos de final de ano, publico poesia de minha autoria que lembra minha infância, minha velha casa de interior, que nada se assemelhava às residências sofisticadas e cheias de alternativas de lazer da atualidade.
UMA CASINHA DE OURO
Aquela casa de madeira.
De peroba do mato.
Pintada com tinta óleo.
Brilhava com intensidade.
Numa rua qualquer da cidade.
Tinha um quintal imenso.
Cheio de plantação.
Com laranjeiras.
Limeiras e
Até feijão.
Ali naquele recanto.
Vivia...
Eu,
Meus pais
E meu irmão.
Uma cidadezinha do interior.
Em meio a uma flor.
Que cheirava
Que brilhava.
E sonhava...
Era minha mãe.
Que me dava amor.
Para que eu fosse doutor!
Era uma vida simples.
De singela alegria.
Fosse noite ou fosse dia.
Daquele menino magro.
Que crescia faceiro.
No meio de um vespeiro.
Que se instalou no terreiro.
Tudo era lindo!
Pra se viver.
Pra construir
E pra crescer.
Hoje... Só saudade!
Daqueles tempos de outrora.
Do nascer da aurora.
Dos frios.
Das geadas.
E das madrugadas...
Tudo passou!
Mas...
Não esqueço jamais.
Da alegria dos meus pais.
E da minha saudosa mãe
Que já se foi
Deixando lembrança.
Dessa linda,
Bela,
Sublime,
Infância!