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Alguém se lembra das CHARRETES?


Publicada em: 23/01/2012 17:37
por: Hélio da Rosa Machado

                   Volto a utilizar este espaço, para trazer um pouco de nostalgia dos tempos em que éramos crianças. Isso, evidentemente, muitos anos atrás, cujo espaço de tempo está perto de ultrapassar meio século. Nunca é tarde para recordar. Nunca é demais lembrar daquilo que nos fez feliz.

                    A crônica que lhes apresento lembra a época em que andávamos de charrete...

                            

AS CHARRETES

(Hélio da Rosa Machado)

 

Lá ia aquele animal de passos firmes, de ferradura nos cascos, fazendo barulho no asfalto, com galopar treinado, andar ligeiro, imprimindo o ritmo conforme o compasso do seu condutor. O som dos cascos se traduzia em algo comum para a época.  Era o ritmo frenético do “pocotó...pocotó...pocotó”. Lá ia a charrete rumo ao destino. Esse era um meio de locomoção muito usado nos anos 60 a 70.

Dedico um pouco de minha lembrança a esse transporte tão romântico daquela época. Minha vida de menino reservou-me essas lembranças. Eram conduções indescritíveis, que não via a hora de desfrutá-las quando viajava para uma cidade mais progressista. Logo que o ônibus estacionava na sua plataforma, já era o momento de olhar pela janela de onde se viam as filas das afamadas charretes que ali aguardavam os viajantes.

 Não eram veículos comuns. Aliás, o acesso a um automóvel na época era muito raro e por isso existiam poucos táxis, por isso as charretes é que se encarregavam de fazer um transporte mais em conta.  Cada delas mais empolgante e mais agradável que a outra, pois o seu proprietário se encarregava de dar-lhe contornos sofisticados, para agradar os fregueses.

 Eu gostava daquelas de cor azul, com pintura impecável, inclusive algumas continham pintura avançada para época à base de verniz etc. A estrutura era encantadora, tinha uma cobertura nos mesmos moldes do antigo Jeep, com um material impermeável e que protegia os passageiros de todas as intempéries. Possuíam um sistema de absorção de impacto avançado para a época, pois o passageiro ao embarcar numa charrete sentia-se inteiramente confortável, ante ao deslizar macio daquela condução de duas rodas. Geralmente os estofamentos eram de um luxo incomparável já que alguns deles eram feitos de veludo. Seu interior estava sempre bem arejado e com um cheirinho delicioso. Era um capricho total, pois possuía um amplo bagageiro que absorvia o maior número de malas possíveis. O trajeto era rápido, pois não existiam entraves maiores no trânsito, ante a pouca demanda de veículos automotores    

Tração movida a animal.  Geralmente conduzida por cavalos fortes, musculosos, bem tratados, com um trotear invejável.  Cada um deles exibia sua raça de puro sangue. A coisa funcionava mais ou menos como funcionam os táxis da atualidade, ou seja, os proprietários procuravam comprar um veículo de destaque, com todo conforto possível, para que os passageiros se sentissem inteiramente à vontade no que diz respeito ao trajeto em si e ao bem-estar no interior da condução.

 A saudade aflorou quando vi recentemente uma cópia de terceira categoria de uma dessas charretes. Não sei se era uma imitação, ou uma delas que se destruiu pelo tempo.  Entretanto, mantinha-se resoluta na sua estrutura rudimentar.

 Infelizmente o progresso se encarregou de alijá-la de nossas ruas, quando as cidades se agigantaram e deram espaço aos veículos automotores que hoje invadem nosso trânsito e nossa paciência, ante os engarrafamentos quilométricos que se instalaram na vida cotidiana das pessoas que vivem numa metrópole.

 Hoje os passageiros menos favorecidos pela vida, são obrigados a percorrer grandes distâncias nas grandes urbes em cima de um veículo perigoso e sem nenhum conforto; através dos chamados moto táxis, ou então, adentrar num metrô abarrotado de pessoas que numa batalha diária se amassam entre um espaço e outro para chegar no seu destino. Sem contar, as filas dos ônibus ou de Vans de aluguel que perambulam perigosamente pelo nosso frenético e obsoleto trânsito urbano.

 Tais dificuldades servem para aguçar nossas lembranças.  É sempre bom revermos o passado trazendo-nos as lembranças das coisas boas que um dia fizeram parte da nossa vida como forma de recursos de uma época. É evidente que é completamente inviável colocarmos nas ruas uma charrete para fazer as mesmas coisas que faziam quando éramos meninos. No entanto, temos de nos curvar ante as razões do tempo, que além de produzir mais pessoas para o mundo, também obrigam que o mundo produza mais celeridade nos meios de locomoção, deixando-nos reféns de nossas saudades e de nossos caminhos que um dia foram percorridos de forma menos ardorosa.



Imagens

A CHARRETE foi no passado um excelente veículo de transporte popular.

Comentários (2)

Enviado por: José Robson, em: 23/01/2012 18:31
Há, também, o caso de um grade amigo meu, que, quando ainda novo na capital morena, foi atropelado por um carroça. Dizem! Não sei se é lenda.

Enviado por: K10, em: 24/01/2012 13:15
Jà ouvi falar das charretes, mas lá em Jardim, nos meus tempos de gurí, a gente só usava saprima ou carreta( tipo carro-de-boi). As charretes já tinha saido de linha e eram feitas só de encomenda.

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