Caro internauta.
Aproveito este dia chuvoso (aliás, semana chuvosa), para que você possa espreitar minhas idéias, abrindo-lhe a oportunidade de refletir sobre nossa sociedade e nosso País, com o fim de procurarmos, juntos, melhor caminho para que o futuro deste Brasil, para que Ele não seja tão sombrio, afinal, todo dia sabemos de escândalos políticos que nos deixam indignados.
Prezo muito pelas noções de civismo que adquiri quando era estudante do ensino fundamental. Será que hoje as escolas estão valorizando esse ensinamento como deviam? Tenho minhas dúvidas...
Em todo caso, repasso uma matéria que publiquei (já há algum tempo), mas que, tenho certeza, você irá me dar razão, porque os brasileiros, de forma geral, não estão dando valor aos símbolos, brasões e bandeiras que tanto significam para uma Nação!
Registro que nós do SINDIJUS ("Bancada da Bola") temos demonstrado que valorizamos nossos símbolos Nacionais. Quem acompanha nossos campeonatos sabe que todo início e final de certame, hastiamos a Bandeira Nacional e cantamos o Hino Nacional.
Segue o texto:
BREVES NOÇÕES SOBRE CIVISMO.
(Hélio da Rosa Machado)
Acabamos, às vezes, no mundo globalizado, na luta diária por espaços nos campos sociais, políticos, religiosos e também no mundo das profissões liberais, esquecendo que nascemos num País de muitas alternativas de vida. Entretanto, fazemos parte de um contexto social organizado, razão pela qual temos de honrar nossos atos como cidadãos, sem olvidar que neste espaço geográfico impera a ordem tutelada pela Constituição da República Federativa.
A nossa Carta Magna ao mesmo tempo em que estabelece nossos direitos, também impõe deveres, assegurando aquilo que é inalienável ao homem, demarcando iniciativas e limitando os avanços daqueles que não respeitam o direito alheio, mas, sempre amparando a todos, sem distinção de credo, raça, religião etc.
Hodiernamente, nós brasileiros (depois de muita luta) conseguimos alcançar um regime político democrático, onde os cargos públicos são galgados através de eleições livres e, nem por isso, podemos elogiar o regime, considerando que inexiste a noção de civismo tanto naquele que elege, como naquele que é eleito. Aliás, toda época de eleição o País vive um momento de sonho; os homens públicos reaparecem nos bairros, fazem promessas e se dizem honestos e cheios de boas intenções e, em contrapartida, muitas vezes o eleitor é envolvido e acaba vendendo o seu voto em troca de quase nada.
Lembro que no regime militar (na década de 60), quando ainda imperavam as inúmeras censuras, algo acontecia de bom. Sucede que nossas escolas ensinavam noções de civismo. Lembro-me que nos estabelecimentos de ensino seus mentores pautavam pelo ensinamento do hino Nacional, do hino à Bandeira e outros hinos que representam os símbolos desta Pátria. Quem de nós (da velha guarda) não foi agraciado com o hábito diário de reunir-se em fileira nos turnos escolares para iniciar o período cantando o Hino Nacional?
Evidente que essa nostalgia não leva, necessariamente, à idéia de que o regime militar deixou saudade, considerando as barbáries do AI-5 e outros atos da ditadura, que acabou levando para o exílio pessoas que pretendiam contribuir culturalmente para a Nação. Esse passado sombrio não impede de reconhecermos que as noções de civismo que tivemos naquela época foram importantes para nosso apego ao torrão natal. Eu, particularmente, sou capaz de cantar o Hino Nacional graças ao aprendizado que tive em escola estadual.
Creio que essa lembrança boa deve ser valorada como fonte de inspiração para a compilação necessária no ensino brasileiro, incrementando-o com matérias de civismo, fazendo incluir nas grades escolares o estudo de nossos brasões e de nossas bandeiras, levando-se em consideração a importância de cada um desses símbolos no contexto histórico do País.
Acredito que quando cada brasileiro souber o significado de sua origem também terá responsabilidade para com o futuro. Essa noção de civismo e brasilidade, certamente renderá melhores resultados no mundo político, pois com civismo e com a cultura, o povo saberá melhor escolher seus representantes nos cargos públicos, evitando que os oportunistas e aproveitadores ingressem no poder com essa bandeira mascarada, sustentando interesses de oligarquias e ou de grupos poderosos que gastam verdadeiras fortunas para alcançar o poder e os privilégios geridos pelo poder público.
Os brasileiros já sofreram muito. Há décadas a nossa educação está estagnada nos arcabouços da burocracia e principalmente ante os interesses da classe dominante. Precisamos achar uma fórmula de avivarmos esse gigante adormecido. Temos que retornar aos tempos de amor pela Pátria. Quando este vulto abstrato e sagrado emergir com força, passaremos a ser reconhecidos pelos estrangeiros como raça genuinamente brasileira. Esse é o passo maior que teremos de dar para nossa verdadeira liberdade, dando ensejo a viver num país mais fraterno de respeito mútuo, com apego às nossas raízes e às nossas tradições.
O civismo é um dos caminhos a ser percorrido, por todos aqueles que sonham em fazer um Brasil melhor para nossos filhos e para os nossos netos.