Embuído da responsabilidade de informar, republico neste site matéria que fiz circular algum tempo atrás, quando fiz pesquisa envolvendo A DISTRIÇÃO, visto que tal deficiência comportamental é algo nocivo à produtividade das pessoas.
A maior arma que o trabalhador possui, sob sua guarda, na elaboração de qualquer atividade é a concentração. Sem ela, a execução da tarefa corre o risco de ser elaborada de forma imperfeita e com erros que poderiam ser evitados.
A matéria em questão serve de reflexão para todos nós que temos uma função e que gostamos que ela seja realizada com segurança e com resultado satisfatório.
O PODER DA DISTRAÇÃO
(Hélio da Rosa Machado)
Você, prezado leitor, deve estar achando que sou louco em dizer que a distração tem poder. Tem poder sim, só que se trata de poder negativo que só faz mal à pessoa que se distrai. Andar distraído no mundo atual significa perder horas úteis que lhe poderiam render um bom negócio, uma boa oportunidade de crescer na sua empresa, ou, no mínimo, garantir-lhe alguma crítica por quem lhe acompanha no cotidiano.
A pessoa que anda desatenta deixa as coisas acontecer ao seu lado e não percebe. Esse cidadão está deixando de enxergar coisas grandiosas e de utilizar o método empírico do conhecimento como alavanca da sua progressão no mundo profissional.
Uma distração pode ocasionar sérias tragédias, exemplo disso são os sinistros ocorridos no trânsito.
Entretanto, não falo daquele ser que se distrai hora ou outra, ou seja, sazonalmente. Distrair-se nessas condições é algo recomendado pela área da medicina em geral, pois ajuda a pessoa a se recuperar psicologicamente da grande carga de responsabilidade que a vida apressada produz nos momentos de atividade cerebral, ou nos instantes de labores intensos que exigem dinâmica e alta performance de responsabilidade. Na verdade, a distração é algo inerente ao ser humano e pode acontecer sempre que a pessoa relaxa e se desliga do mundo ativo. O cuidado que se deve ter é de não se distrair nos momentos inadequados. Prestar atenção nas coisas que fazemos é o principal ingrediente para nosso sucesso.
Estar desligado e distraído nos momentos que exigem a atenção e vigília pode gerar conseqüências desastrosas. As pessoas que não têm o poder de concentração são açoitadas por devaneios, ou sonhos irreais que causam prejuízos iminentes nas funções laborativas.
É humanamente impossível que um advogado (por exemplo) comece seu trabalho jurídico e, ao mesmo tempo, esteja atendendo telefone, ou recebendo um cliente e interrompendo o raciocínio lógico que, fatalmente, será interrompido com a distração. De igual forma, esse profissional não pode estar ali no seu escritório fazendo esse trabalho e ao mesmo tempo escutando os barulhos que o trânsito produz na rua ali em frente. É necessário que esteja sintonizado somente no que faz e não dar sentido àquilo que não interessa ao trabalho executado. Isso se chama poder de concentração.
Eu, mesmo, quando era mais novo, era bem distraído. Começava a fazer algo e ficava pensando na diversão ou em algo que me atraia mais do que o trabalho realizado. Além disso, muitas vezes fazia a coisas mecanicamente, pelo processo repetitivo, sem me importar com os detalhes. Esse agir instintivamente no trabalho levava-me, faltamente, ao erro. As coisas erradas passarão imperceptíveis e causarão sérios prejuízos ao resultado final do trabalho. Com o tempo, com a experiência, e com a necessidade de fazer as coisas certas, para poder progredir no meu aprendizado, comecei a me corrigir e a enxergar que havia necessidade de concentração. Esse meu despertar foi o suficiente para melhorar minha produção de forma espantosa e a reduzir drasticamente meus erros.
Importante lembrar que existe o distraído que não tem interesse de melhorar. Isso é só uma questão de opção que pode se dissipar com o amadurecimento. Entretanto, há aqueles que estão acometidos de um mal-psíquico, que causa desordem de conduta, tornando as pessoas com essa doença incapazes de se organizar, de se concentrar, sendo eternos maus humorados e de pensamentos negativos.
Falo da chamada síndrome de DDA. Uma doença relacionada com o déficit de atenção. Dois médicos de renome e que tratam de tal distúrbio são: Edward M. Halowell - psiquiatra de adultos e crianças. John J. Ratey - psiquiatra e professor assistente de psiquiatria na Harvard Medical School. Os dois vivem em Boston. Eles são autores do livro tendência à distração que aborda as experiências clínicas e as formas de tratamento para esse mal.
O site (www.orientacoesmédicas.com.br/hiperatividade3.asp), faz várias considerações sobre a doença e enumera os fatores que marcam a conduta do paciente. Uma dela é a desorganização, cujo tema vem assim elucidado: "Desorganização é outro marco importante do DDA. A desorganização inclui tato o espaço físico, como salas, escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários, quanto o tempo. Freqüentemente quando se olhas para as áreas de trabalho de pessoas com DDA, é admirar que possam trabalhar ali. Elas tendem a ter muitas pilhas de "coisas"; a papelada é algo que freqüentemente elas têm muita dificuldade de organizar; e parece que têm um sistema de arquivo que só elas podem entender (e mesmo assim só nos dias bons). Muitas pessoas com DDA tem atrasos crônicos ou adiam as coisas até o último momento...Muitas pessoas com DDA tendem a ser mal-humoradas, irritadiças e negativas..."
Assim, apenas como alerta, é importante aconselhar pessoas que possuem esses perfis a procurarem ajuda psicológica, considerando que muitas vezes a questão não é só de desleixo ou de preguiça mental, mas sim algo relacionado com essa doença que precisa ser tratada para que a pessoa possa reassumir sua concentração e possa viver harmonicamente no meio social, posto que se torna intolerável aquele cidadão que vive 'do mundo da lua' e não consegue concluir um trabalho de forma satisfatória, principalmente quando isso ocorre na sua vida profissional.
Comentários (2)
Enviado por: Alziro, em: 08/03/2012 17:30
Muito interessante a matéria, amigo Machadinho. A distração tem causado, inclusive, inúmeros acidentes de trânsito. Mas... o sujeito de toga que está levando a martelada na cacunda, pela indumentária, seria um "pretor". Então, de quem seria a enorme mão (canhota por sinal) que lhe aplica a martelada? Observem que a mão tem o mesmo tamanho da cabeça do distraído. Seria, por acaso, la mano de Diós?
Enviado por: Alziro, em: 08/03/2012 17:35
E teve ainda aquela de um ex presidente do Brasil que disse: "Tive que distraí um dente do Cisne..."