A segunda-feira se tornou um dia da semana que traz dois pontos de referência para o trabalhador. É um dia de intenso labor e, também, a data mais aconselhável para se refletir sobre a vida, em face de estarmos com a mente mais preparada para o enfrentamento das resposabilidades cotidianas.
Em face a essa realidade, reputo ser, também, o melhor dia da semana para que venhamos a refletir e a pensar sobre as coisas importantes que nos rodeiam.
Pensando nisso, escolhi para publicar, nesta data, matéria que explora dois polos filosóficos da existência mundial: O poder de quem manda e a obediência de quem executa. Isso parece algo ditatorial e de cunho desumano.
Entretanto, não passa de uma lei natural. A própria essência da Divindade e do poder vindo de Deus, dá exata noção de que o mundo é feito daqueles que possuem ações de comando e daqueles que tornam as ações concretas, através da execução dos projetos.
Veja a matéria:
A LEI DO MAIS FORTE
(Hélio da Rosa Machado)
O título acima dá a impressão que vou falar da Lei de Talião, referindo-me ao “olho por olho, dente por dente”. Nada disso, já que muitas vezes não são as leis que impõem o comportamento. A imposição dos costumes surge primeiro que a legislação.
Quando falo de costumes, não estou me referindo a vícios ou às manias que as pessoas mais conservadoras possuem dentro de si, tornando-se verdadeiras fortalezas nos seus princípios radicais. Falo sim, de regras sociais que vão sendo absorvidas pela necessidade de ordem. A moral, por exemplo, encerra uma ordem natural entre as pessoas, mas, que se construiu em face aos costumes de cada povo. No Brasil, por exemplo, o casamento é monogâmico, o que não ocorre em outras civilizações.
Nossa sociedade é constituída de pluralismo no que diz respeito às aspirações e aos anseios que cada pessoa preserva como princípio de sobrevivência. Assim, havendo uma comunidade desorganizada, sem princípios que regem suas ações, teremos também, fatalmente, um povo desordeiro, imperando a lei do mais forte, que impõe sua vontade pela força. Podemos citar, nesses casos, os Governos tiranos que submetem seu povo a todo tipo de constrangimento, porque primam pela obediência à ordem do ditador, em detrimento da maioria.
Como a necessidade de organização surge com a dinâmica dos tempos, através de comportamentos e atitudes dos vários grupos que se opõe em face da multiplicidade dos interesses, o Estado intervém através de um de seus poderes, criando formas de gerir esses diversos interesses, através de leis escritas que ditam a forma tolerável de comportamento. Estou falando da forma legal de procedência, de modo que cada um faz o que lhe convém, desde que seja feito de forma que não atinja a lei, ou melhor, que não crie obstáculos ao direito de outrem, em razão da existência de proteção legal.
O fato é que mesmo existindo a lei, sempre haverá alguém mais forte. Essa fortaleza pode ser construída em razão de hierarquia, ou em face da preponderância econômica. A primeira hipótese é que chama atenção, pois, sempre haverá alguém mandado e alguém o obedecendo. Exemplo típico: As diversas patentes dos militares, sendo que uns, por possuírem grau superior, comandam os passos dos seus subordinados. Mas, há, também, aqueles que mandam porque são autoridades e por isso dispõem de poderes para gerir determinadas situações. A segunda hipótese é mais hostil para a comunidade, porque o poderio econômico é restrito à minoria privilegiada, que, especialmente, em regimes capitalistas, rompem a regra da igualdade no que tange à distribuição de renda, por isso mandam porque possuem o dinheiro.
Todas essas questões são próprias do crescimento humano e inevitáveis sob o ponto de vista da evolução. O próprio progresso exige ordem, por isso há planejamento em perfeita sintonia com as ordens e as decisões. Assim, geralmente, quem ordena e quem decide, são aqueles que detêm o poder. Quem obedece são os que executam o plano ordenado. Não há como fugir dessa realidade, considerando que algumas civilizações se vêem adiantadas e mais progressistas porque tiveram pessoas mais capacitadas comandando a respectiva Nação. Esse ciclo varia de povo para povo, dependendo da sua forma de governo e da sua organização como Estado. Por isso, muitas vezes chamamos alguns países de potência no que se refere à sua dinâmica política ou seu desenvolvimento econômico, porque tais Nações foram mais organizadas e planejaram com maior eficiência o seu futuro.
O curioso disso tudo é que mais uma vez temos de debruçar sobre a teoria das causas e efeitos. Explico: Para que haja efeito é necessário existir uma causa. Para que esses dois pólos se tornem perfeitos, sempre haverá necessidade da presença de quem mande de que cumpra a ordem. Uso o exemplo comum do patrão e do empregado: O patrão quer construir um edifício, para isso dispõe de dinheiro para contratar um bom engenheiro e um bom mestre de obra. Entretanto, nada resultaria, caso não houvesse os operários, que através das ordens que recebem, executam a construção planejada pelo patrão.
Diante disso, chega-se à conclusão de que os fortes são tão necessários quanto os fracos. Entretanto, é o mais forte que tem a iniciativa e o poder para fazer um empreendimento, mas, são os mais fracos que materializam a vontade do mais forte.
Descubro nessa premissa a lógica de Deus, pois ele é forte e poderoso e, nós, reles mortais, mais fracos, estamos ao seu serviço para construir a Terra.