Como estamos acostumados com a realidade de nosso futebol profissional, mais uma vez quiseram os deuses do futebol também aqui, em nossos domínios, fosse repetida a tradicional disputa entre as equipes do Flamengo e Vasco da Gama.

A sabedoria popular das arquibancadas se confirmou. A galera sabe enxergar as equipes que possuem os melhores elencos, tanto que o Flamengo como o Vasco foram apontados, desde o início da competição, como os times mais qualificados para chegarem à final.

As equipes corintiana e palmeirense que tiveram um avanço técnico e tático no momento derradeiro da fase classificatória ressentiram-se de alguma deficiência no elenco e apesar de ‘venderem’ caro a passagem de seus adversários para a disputa do título, não tiveram fôlego suficiente para vencerem as partidas da semifinal.

No primeiro jogo a equipe corintiana entrou determinada a alcançar sua passagem para a grande final. Entretanto, encontrou dentro de campo inúmeras dificuldades, em primeiro lugar, a postura tática e técnica da equipe vascaína e, em segundo lugar, os ocasos da disputa já que perdeu seu goleiro Ismael ainda no primeiro tempo, levando o gol logo em seguida, em face de uma jogada infeliz dentro da pequena área, onde a bola foi parar de graça nos pés de um atacante vascaíno que concluiu para o gol .O empate veio logo em seguida. Mas no segundo tempo a equipe do Parque São Jorge não conseguia vencer a forte marcação em cima de seus principais atacantes. Foi através de um pênalti que a equipe do Vasco da Gama conquistou a vantagem do placar e, por consequência, selou sua classificação para a grande final.

No segundo jogo ocorreu outra disputa histórica em nossa Arena Esportiva, já que a equipe flamenguista, mesma sendo a favorita, não traduziu dentro de campo essa hegemonia, já que o verdão de Parque Antártica foi aguerrido do começo ao fim. No meu sentir os principais destaques dessa partida estiveram por conta das excelentes atuações do meia Emerson Morilho e do zagueiro André. Ambos jogaram muita bola e foram decisivos para encurralar a equipe flamenguista que se esforçava para vencer a partida, mas encontrava um adversário guerreiro dentro de campo. Enfim, o flamengo, mesmo encontrado um adversário fervoroso, impôs sua competência, reprisando a boa performance da primeira fase da competição. Chegou a estar atrás no placar, mas, não se deu por vencida. Foi em busca do empate e numa jogada excelente pelo lado esquerdo a bola foi parar nos pés do meia Fabrício que, com tranquilidade, deixou o atacante Reneu cara a cara com o goleiro palmeirense. Estava selada a classificação a partir daquele gol, já que o adversário, cansado, não conseguiu o desempate.

Os dois jogos da tarde refletiram o equilíbrio da fase classificatória, já que o número de pontos de cada equipe classificada demonstrou que a passagem para a semifinal deu-se em face de pequena diferença de pontos.

Foram dois excelentes jogos. Super disputados. As duas equipes que passaram para a disputada da final estão de parabéns, porque os adversários da semifinal valorizaram ainda mais esse mérito.

Enfim, cabe aos dois times da final repetir essa dose de empenho da semifinal que, com certeza, teremos uma das melhores finais dos últimos tempos. Torcemos que os jogadores estejam concentrados e voltados para a consciência de um jogo limpo e sem jogadas violentas. Nesses dois jogos da semifinal, apesar de serem jogados dentro de um clima que deixou os atletas com ‘nervos à flor da pele’ foram registrados apenas dois cartões amarelos, ensejando que a final também seja coroada com esse mesmo espírito de lealdade.