ANIVERSARIANDO.

Para alguns é ficar mais velho. Não concordo com esse silogismo meramente biológico. Para mim, aniversariar é apropriar-se de um pouco mais de sabedoria, através das experiências já vividas.

Alguns acham que receber um presente é algo certo e exigível, já que essa é a forma única de se homenagear alguém que faz aniversário. Questiono a simplicidade e a comodidade dessa homenagem, visto que algumas pessoas acham que dando um presente elas acabam preenchendo uma obrigação social que se esgota no valor de um bem de consumo. Essa é a melhor forma de materializar a homenagem, mas, talvez, não seja a melhor forma de homenagear.

Hoje, quando abri meu e-mail e o facebook e vi dezenas de cartões enviados pela intranet e pela via virtual me senti alguém reconhecido, ou alguém que merece atenção dos outros.  De repente deparei com um pequeno gesto que não teve ônus algum para quem enviou, mas que, através de uma mensagem retirada de um baú literário expressou uma importância ímpar na data de aniversário, a final, as pessoas gostam de serem lembradas, mesmo que por alguém que talvez nem seja conhecido.

Não sou saudosista que vive exaltando o passado como forma de viver o presente. Mas, convenhamos, alguns costumes do passado preenchiam algumas lacunas existenciais que hoje ficam no vácuo das convivências. Refiro-me ao hábito abandonado, por ser piegas, quando as pessoas se reuniam na noite de encruzilhada da data de aniversário fazendo-se visita noturna com as chamadas serenatas. Esses tempos se foram e não voltam mais. Mas, tudo que representa algo bom deixa marcas. Quem não se lembra de momentos em que os acordes de uma música romântica era capaz de acordar alguém que admirávamos ou amávamos.

São por esses e outros motivos, que gosto de utilizar meu dom de escritor, nas datas de aniversários dos membros da “Bancada da Bola” ou de pessoas de minha família, para deixar algo escrito que simbolize a atuação de cada um dos aniversariantes em nosso grupo, ou na família, no sentido de que suas facetas possam ser relembradas e exaltadas, para que esses históricos sirvam como base de alento à manutenção das qualidades das pessoas seja individualmente, ou em grupo.

Reconheço que essa atitude é exclusivista, visto que se trata de um atributo inerente à minha pessoa.  Isso me basta, porque estou seguindo minha ótica de relacionamento onde dimensiono o quão é importante a valorização individual para que o grupo se fortaleça, a final, as cédulas só crescem sadias quando o seu núcleo está sadio.

Cada um tem a sua sensação. A minha é de estar bem estruturado emocionalmente para receber as homenagens de todos aqueles que cultuam o abraço sincero.

Esta matéria tem o fim de agradecer a todos os colegas e amigos que remeteram ou que irão remeter suas homenagens.  Sucede que não são todos que estão sabendo de que no dia 2 de outubro de 1957, em Rio Brilhante-MS, nascia um caboclo que iria passar sua infância em Amambai-MS e que viria, na atualidade, a se tornar cidadão campo-grandense (inclusive com título concedido pela Câmara de Vereadores da Capital Morena).