São esses os três fundamentos que fazem um time vencedor.
A palavra respeito tem um significado tão abrangente que cabe em qualquer relação humana.
Olhei, hoje, de minha janela e vi que existe uma árvore num capão verde que circunda meu órgão de trabalho. Ela mereceu singular atenção, por ter uma cor totalmente diferente das demais (suas folhas lembram uma paisagem europeia). Sua cor não é o verde natural das outras árvores, mas de uma tonalidade amarronzada, com pequenos tons verdes claros, dando um misto diversificado no seu visual, por isso ela se destaca naquele meio que tem um tom padronizado, através da cor verde.
Mas você deve estar se perguntando, o que aquela árvore tem a ver com respeito? Aí que vem o grande ensinamento que vem da natureza e que muitas vezes não e visto se nosso olhar for superficial. Se não tivermos a sensibilidade de observar com maior atenção os detalhes não seríamos capazes de ver a dimensão daquilo que é diferente em meio a um universo padronizado.
Hoje nós estamos curtindo e evidenciado um campeonato de singular contemplação no campo das relações. Há aqueles atletas mais veteranos que já superaram os momentos de pura vitalidade, em prol da cadência do jogo. Há, também, os jogadores mais jovens que são o fruto da inexperiência e que muitas vezes não conseguem atingir o ápice em uma jogada porque ainda estão cruz no aspecto dos fundamentos.
Um dia ouvi um comentarista fazer uma comparação entre craques e ele foi enfático em separar em cada um deles os aspectos pessoais relativos à capacidade de aglomerar em suas características o maior número de fundamentos. Os fundamentos é que elevam o grau de perícia no futebol. Melhor dizendo. O Pelé é o rei do futebol porque sabia driblar (fundamento 1), sabia chutar com os dois pés (fundamento 2), sabia utilizar a cabeça para fazer gols (fundamento 3), sabia dar um passe curto e deixar o companheiro na frente do gol (fundamento 4), sabia dar um lançamento a longa distância (fundamento 5), sabia dominar a bola em qualquer circunstância (fundamento 6), enfim, foi um jogador quase perfeito.
O Pelé quando ia jogar bola todos os defensores sabiam que iam ter uma partida indigesta. Assim, só a presença do Pelé em campo era algo que trazia pressão para o adversário.
Mas existem outros aspectos de respeito que em nossa jornada esportiva aqui no Sindijus devem ser levados em consideração, especialmente pelos atletas mais novos. Não temos Pelés, mas temos pessoas qualificadas que num passado remoto já tiveram as experiências que os jovens de hoje ainda não tiveram.
Temos muitos veteranos nos times que podem não ter sido excelentes nos fundamentos, mas que contam com a experiência adquirida. Eles sabem que tais elementos são necessários em uma partida de futebol. Assim, se um jovem utiliza de seu esforço físico e sai em desembestada carreira e perde a bola, logo esse veterano vai lhe ensinar que ele poderia ter utilizado do fundamento do passe, porque evitaria ter de driblar três ou quatros adversários. A sua velocidade permitiria que, correndo sem a bola, pudesse ter-lhe a posse alguns metros à frente do adversário, caso tocasse de primeira, para recebê-la mais perto da área do adversário.
Há jovens, porém, que escutam e procuram praticar em campo aquilo que os mais velhos falam. Isso ocorre tanto na vida esportiva como na vida pessoal e profissional. Esses são aqueles que chegarão à maturidade bem mais cedo, porque não precisaram errar porque já aprenderam com a experiência alheia. Tudo na vida requer planejamento e tática.
Nós estamos vendo hoje o sucesso da equipe do Atlético Goianiense onde os jovens da equipe estão absorvendo a necessidade de se jogar coletivamente. Cada um fazendo a sua parte e não desperdiçando as oportunidades em que a jogada propicia a utilização de sua vitalidade. O futebol envolve magia e habilidade. As pessoas que assistem gostam é de ver os jovens mostrar talento. Isso só encanta quando se vê um futebol ofensivo e coerente. Ninguém aprova correria sem critério. A desorganização tática, onde cada um quer jogar em um setor e não abre mão disso é pura ilusão. O futebol é coletivo e só alcançará resultado satisfatório se todos se conscientizarem de que cada um deve fazer a sua parte e respeitar os fundamentos inerentes ao futebol. Zaqueiro deve marcar. Médio volante deve dar sustentação aos jogadores criativos. O resto é pura filosofia barata.