Quem tem acompanhado as notícias nacionais deve estar tão atônito quanto eu com as notícias de que o Fluminense e o Vasco querem tirar, no ‘tapetão’, o pé do atoleiro e, por conseguinte colocar em seus lugares dois times que conquistaram em campo o direito de permanecer na primeira divisão no ano que vem.

Os times que estariam rebaixados são Portuguesa e Flamengo. A Portuguesa porque colocou em campo, segundo os dirigentes do Fluminense, um jogador que havia sido condenado pelo STJD a dois jogos e cumpriu apenas a suspensão automática.  O Flamengo porque tinha um jogador expulso na Copa Brasil e não permitiu que a punição fosse cumprida no Campeonato Brasileiro.

Será que tais fatos podem redundar na punição dessas equipes? Não creio. Primeiro porque a Portuguesa não seria tão idiota de, tendo conhecimento da punição, permitisse que o jogador fosse a campo mesmo sabendo da irregularidade. É provável         que a Lusa ainda não tivesse sido comunicada oficialmente da punição. Segundo porque o Flamengo não iria arriscar e caso houvesse alguma dúvida não iria permitir que o jogador irregular participasse do jogo.

O fato é que o Fluminense, hoje, é visto pelos diversos sites nacionais como uma equipe indo para o chamado ‘desespero’. Entretanto, vou mais além e digo que o Fluminense é um time ‘matreiro’ e de dirigentes insensíveis, pois a atitude presente nos faz voltar ao passado quando o próprio Fluminense conseguiu, no ‘tapetão’, voltar da séria C para a série A. Virou a mesa e retornou para a séria A sem precisar jogar as séries intermediárias. Talvez essa impunidade é que o faz retornar ao mesmo expediente.

Só que a população de hoje é menos hipócrita e mais antenada. O Fluminense tem é que repensar em sua forma de administrar-se internamente. Saiu de um título do campeonato brasileiro para uma histórica descendente que o levará à segunda divisão no que vem. E não há que se dizer que houve grandes alterações em seu elenco. Continuou com craques como Fred e manteve a maioria dos jogadores que contribuíram para ganhar o campeonato naquele ano de 2012. Inclusive o treinador Abel Braga lá ficou, mas aos poucos foi perdendo espaço até entrar Luxemburgo que, ultimamente, não tem conseguido ser aquele técnico de elite conforme demonstrou em outros clubes.

Não pode acontecer pela segunda vez. O nosso futebol está em vésperas de uma Copa do Mundo. Já temos muitos problemas de logísticas em face de nossas dificuldades morais em fazer projetos condizentes com a nossa realidade brasileira. Temos de demonstrar que não somos egoístas a ponto de burlar as regras morais do futebol que são escritas e obedecidas dentro do campo através dos resultados.

Se houver uma ‘virada de mesa’ neste instante nossa imagem vai ficar ainda mais comprometida no campo internacional. Nosso país não poderá mascarar as atitudes desportistas. Temos de ser fortes e acreditar que os homens que dirigem o futebol não vão fazer uma presepada sem precedentes retirando Vasco e Fluminense do local onde eles estão porque não souberam exercitar um futebol digno de estarem na primeira divisão.