Ontem,
assistindo a um jogo pela Copinha (Remo x Corinthians) constatei que no elenco
paraense existi a um jogador que era chamado pelo nome de Tsunami. Provavelmente deve ser apelido, porque não creio que um
pai ou uma mãe iria escolher uma tragédia para inspirar o nome do próprio
filho.
Isso me levou
a fazer comparações com as etapas de nossas vidas. Sim, porque tem vezes que um
terremoto acaba comprometendo a paz das pessoas. Evidente que não estou me
referindo um fenômeno físico da natureza, mas às circunstâncias em que a vida
fica estremecida por problemas que jamais fomos capazes de imaginar.
As coisas vão
acontecendo compassadamente e quando menos esperamos as ondas gigantes chegam
fazendo uma varredura em tudo aquilo que a gente achava que era sólido. O
resultado é o desastre que fica na imagem das pessoas. Às vezes você vive uma
vida inteira de honra, de honestidade, de dedicação às boas causas, mas percebe
que isso não foi suficiente para semear exemplos para aqueles que estão bem
pertinho de você.
Aí você se
pergunta: O que foi que eu fiz? Será que não me esforcei o suficiente nos
exemplos e nas bandeiras que ergui como fonte de minha batalha. Será que ter
sido honesto e compartilhado da sociedade legalista não foi o bastante para que
as pessoas que estão ao meu lado se sentissem acuadas pelas incertezas da vida
escusa?
Acho que não!
Talvez não sejamos nós que falhamos. O destino e o acaso, às vezes, nos dão
desafios para que possamos ser testados perante nosso Criador Supremo. Ele põe
as pedras em nosso caminho para que a gente aprenda os desvios. Esses
obstáculos só travam a caminhada, mas nem por isso deixamos de chegar onde
queremos. A perseverança, a esperança, a fé e a busca pela rota da harmonia é
que dão combustível para que o tsunami seja superado com honradez.
Esses
momentos de incertezas nos enchem de crença. Fazem com que passemos a recorrer
às obras Divinas. Buscamos a proteção naquilo que não conhecemos. Exaltamos o
poder das forças transcendentais que ficam impregnadas de nossos apelos.
Clamamos por pêndulos de impulsão que possam nos arremessar por caminhos
desconhecidos que aos poucos vão sendo desvendados em nossa alma. Aí, a partir
do momento em que vamos descobrindo os mistérios é que passamos a enxergar com
maior dimensão aquilo que nos foi reservado como destino.
Conformar-se.
Ter paciência. Ter perseverança. Empenhar-se em modificar aquilo que está
errado. Valer-se dos ‘baques’ da existência para crescer como gente. Visualizar
que não vale a pena correr atrás daquilo que não tem valor como regra de vida.
Vislumbrar a possibilidade remover a pedra pesada.
Talvez esses
sejam os melhores ingredientes para superar um tsunami.
O mais duro,
porém, é vê-lo acontecendo e não poder impedir que as ondas gigantescas venham
para lamber, vorazmente, os seus conceitos de estabilidade. Tudo fica ruído e
em cacos. Aí você tem que se chacoalhar-se, dar a volta por cima e jamais
dar-se por vencido. Acho que é exatamente isso que Deus espera da gente, ou
seja, resignação e luta para vencer esses obstáculos.